Me lembro de, há muitos anos atrás, quando eu era um jovem pé-rapado (agora sou um adulto pé-rapado) trabalhando numa escola particular em troca de estudo.
Na hora de limpar as salas de aula, sempre encontrava algum jornal do Estadão e ia direto para a parte de informática. Era a melhor parte do jornal, apesar de me interessar pelo que acontececia no mundo também e pela parte cultural.
Antes de levar o caderno de informática embora, sempre tinha um tempinho de ler alguma matéria e ver as ofertas de computadores. Ah, os olhos brilhavam, pois ainda não tinha um, mas o que me chamava atenção eram uns computadores estranhos, colorido-translúcidos e de preços na qual eu nunca sonharia em comprar.
Mas era impressionante o desejo de ter um desses.
O tempo passa e pude conhecer um pouco mais sobre a empresa que fabricava esse computador carnavalesco. Era fácil para um jovem que gosta de tecnologia e ficção científica (e muitas outras coisas; hoje chamam pessoas assim de nerd ;-) se impressionar com um filme chamado "Piratas do vale do silício". Pra quem nunca viu, vale muito a pena, pois tem como protagonistas nada mais que o desenvolvedor do windows e o desenvolvedor dos computadores mac.
Esse é um tipo de filme que o professor de informática passa para seus alunos. Acho que todas vezes que assisti foi na escola, escola técnica ou faculdade. Realmente é um filme inspirador que te faz querer empreender.
- "Ah, deixa pra lá! Bora voltar para a realidade".
Acontece que muitos anos depois, já seguindo na carreira de tecnologia e com um óptimo trabalho trabalho, pude comprar meu primeiro aparelho Apple, um Macbook 2.26 GHz, 2GB ram, 250HD, 13".
- "Finalmente! Como é bonito esse notebook".
Passar de Windows para Mac OSX depois de tantos anos não foi fácil. Ainda vivo aprendendo coisinhas novas, mas estranho que não preciso mais pesquisar sobre drivers, códigos de erros em hexadecimal, lutar contra vírus e barras de ferramentas indesejadas no navegador de internet.
Às vezes isso me assusta e me faz pensar que estou me "emburrificando" com as facilidades tecnológicas. Mas confio na capacidade de sobrevivência do ser humano e quando a "água bater na bunda", acho que não vou me dar tão mal assim.
Toda essa volta para contar que meu interesse pela Apple só crescia. Na verdade, ante de comprar um Macbook, comprei um netbook Lenovo S-10, que converteu-se perfeitamente num Hackintosh com Snow Leopard.
Depois disso veio o excelente livro "O Fascinante Império de Steve Jobs", do autor Michael Moritz. O Livro valeu cada centavo e briga no atendimento do submarino.
É impossível para quem gosta de tecnologia não se apaixonar por uma história real de perceber novidades, transformar em produto e criar uma empresa capaz de atrair investidores e seus milhares de dólares.
Como ainda continuo um jovem pé-rapado, não pude acompanhar toda essa evolução (e comprar) dos produtos da Apple, mas o iPhone 4 foi mais um investimento. Realmente vale a pena.
Sabe o que tenho a impressão?
Steve e sua equipe inovam em tecnologia, design e usabilidade. Na verdade ele dita para todos: - "Olha, agora o que é o melhor é assim, faz isso e você precisa disso". Então a concorrência que não é boba e tem dinheiro também diz: - "O nosso é mais poderoso, faz isso e assado. Veja, é melhor que o da Apple".
Mas é difícil convencer o cliente. A primeira impressão é a que fica. E a Apple sempre foi boa nisso.
Agora só torço para que a alma Steve Jobs continue seu trabalho na Apple, sussurrando boas ideias no ouvido daqueles que ainda querem continuar seu trabalho.
Steve, obrigado.
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